A Maronesa é uma raça autóctone portuguesa, produzida em sistemas de produção semi-extensivos, pastagem natural sobretudo em pastagens de montanha. Os animais são criados num pequeno sistema de agricultura familiar, com baixas taxas de mortalidade e efetivos reduzidos. O regime alimentar, também, de forma mista, com domínio do pastoreio no caso dos animais adultos, e à estabulação permanente, com o consequente regime alimentar à manjedoura, para os animais jovens.

Sistema de exploração no solar da Raça Maronesa(clique sobre as imagens para ampliar)


O espaço físico de pastoreio é diversificado, ocorrendo tanto em lameiros como em montes baldios, sendo este último, também, de potencialidades forrageiras diversificadas, uma vez que dispõe de pastagens predominantemente naturais.

A alimentação à manjedoura é feita com fenos, palhas e forragens cultivadas, tais como: ferrãs de centeio, nabal, milho verde e mesmo as folhagens das árvores (freixo, olmo e carvalho), entrando o feno de uma forma regular na dieta e os demais alimentos em períodos específicos. Os grãos de centeio e milho são uma fonte de suplemento nos períodos fisiológicos mais exigentes (a lactação nas fêmeas e o acabamento nos machos) ou em períodos de escassez de pastagens.

A alimentação dos jovens assume particularidades bastante específicas. Assim, do nascimento até próximo dos três meses de idade, os vitelos alimentam-se exclusivamente de leite materno, num regime de mamadas gradualmente decrescente e sempre feitas no estábulo ou “loja”. Nos primeiros oito dias de vida, como a mãe permanece estabulada, as mamadas são praticamente constantes. A partir deste período, até aos dois/três meses, para além do período da noite, durante o qual a amamentação é ad libitum, ocorre normalmente uma mamada ao fim da manhã, deslocando-se a vaca ao estábulo, por um período curto, para este efeito.


Amamentação de cria Maronesa.(clique sobre as imagens para ampliar)


A partir do momento em que o vitelo começa a ingerir alimentos sólidos, para além das duas mamadas diárias, consome feno, farinha de milho, simples ou misturada com batatas partidas e alguma erva.

A venda é efetuada por volta dos sete/oito meses, sendo normalmente nessa altura que o vitelo é desmamado.

A reprodução faz-se predominantemente por cobrição natural, normalmente com machos próprios da exploração ou em postos de cobrição particulares aonde se deslocam as vacas. Nos últimos anos, devido à alteração da estrutura do efetivo o recurso à inseminação artificial tem vindo a aumentar, representando hoje as gestações por esta via uma percentagem significativa.

A primeira cobrição ocorre a idades e pesos vivos muito variáveis traduzindo critérios muito amplos na decisão do maneio reprodutivo. O ritmo reprodutivo é o mais intensivo possível, sendo as novilhas cobertas logo que atinjam um nível de desenvolvimento biologicamente aceitável (por volta dos 14-15 meses) e as vacas predominantemente cobertas ao 2º cio pós-parto.

Os partos distribuem-se ao longo de todo o ano, embora com alguma irregularidade mensal.

Distribuição média dos partos ao longo do ano


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